sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Brinquedos e Prevenção de Acidentes!


ABC  da Saúde - BRINQUEDOS E PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Alguns fatos sobre brinquedos (dados dos Estados Unidos)
A cada ano, aproximadamente 111.000 crianças com menos de 14 anos de idade são atendidas em emergências hospitalares por lesões relacionadas a brinquedos.
Em 1996, mais de 450.000 crianças com menos de 14 anos de idade procuraram atendimento de emergência por lesões devidas ao uso de bicicletas, skates ou patins. Ao comprar brinquedos desse tipo, não esqueça de comprar também capacetes, roupas refletivas, buzina, joelheiras, cotoveleiras e protetores de pulso.
Algumas dicas para comprar brinquedos
Ao comprar brinquedos para crianças, pense GRANDE. Todas as partes do brinquedo devem ser maiores do que o pulso da criança para prevenir o sufocamento. Se um brinquedo passar por dentro do tubo de papelão de um rolo de papel higiênico, ele é muito pequeno para crianças pequenas.
Leia com atenção as instruções, indicação de idade e cuidados do fabricante antes de comprar. As recomendações de faixa etária levam em consideração as habilidades cognitivas da criança, bem como os aspectos de segurança do brinquedo, que se for indicado para uma idade muito superior ou muito inferior a da criança, pode ser usado inadequadamente, causando lesões.
Oriente a criança quanto ao uso adequado do brinquedo.
Evite dardos, brinquedos autopropelidos ou que emitem som de alto volume, pois podem causar danos aos olhos ou ouvidos.
Procure brinquedos de construção robusta. Peças pequenas (como os olhos) em animais de pelúcia devem ser firmemente costuradas e não somente coladas ou fixadas com grampos.
Evite brinquedos com cordas, alças ou fitas maiores do que 15 cm, pois podem resultar em estrangulamento.
Escolha uma caixa de brinquedos cuja tampa permaneça aberta em várias posições para evitar lesões pela queda da tampa sobre a criança.
Brinquedos apropriados para cada idade
Recém-nascido a 1 ano de idade

Escolha brinquedos vistosos, que atraiam o olhar, a audição e o toque do seu bebê. Brinquedos adequados incluem: tapetes de atividade, animais de pelúcia sem olhos ou nariz de botão, brinquedos para o banho, bonecos macios, móbiles, livros de pano, blocos de madeira ou plástico de tamanho grande, chocalhos.
1 a 3 anos de idade

Crianças desta idade são curiosas e sem noção de perigo. Gostam de escalar, pular, atirar coisas e jogos de empurrar. Brinquedos adequados incluem: livros, blocos, jogos de encaixar, bolas, jogos de puxar e empurrar, brinquedos que imitam painel de automóveis, telefones de brinquedo, brinquedos de formas, brinquedos de bater, bonecos mais robustos.
3 a 5 anos de idade

Estas crianças gostam de testar sua força física, gostam de jogos de experimentação ou aqueles que imitam atividades de crianças mais velhas ou dos pais. Brinquedos adequados incluem: material de artes não tóxico (tintas, massa de modelar...), vídeos, instrumentos musicais, quadro negro e giz, martelo e bancada, brinquedos de casa (vassoura, fogão...), brinquedos de transporte (triciclos, carros, caminhões), toca-fitas ou fitas, fantasias, utensílios para chá, brinquedos de pátio (tabela de basquete, balanço, goleira, caixa de areia...).
5 a 9 anos de idade

Estas crianças são mais criativas e fisicamente ativas do que as mais novas. Sabem escrever, fazer artesanato e artes e usar brinquedos mecânicos simples como trens e carros. Brinquedos adequados são: material de artesanato, corda de pular, marionetes, livros, trens elétricos (após os 8 anos), bicicletas, patins, jogos de mesa, equipamento esportivo. Verifique toca-fitas e brinquedos a pilha periodicamente quanto a presença de fios soltos.
9 a 14 anos de idade

Estas crianças já gostam de desenvolver hobbies e de atividades científicas. Presentes apropriados incluem: computador, microscópio, jogos de mesa e de tabuleiro, equipamento para esportes coletivos.
Jogos eletrônicos são adequados para todas as idades, as preocupações com estes brinquedos se restringem à adequação do tema à capacidade crítica da criança e ao tempo despendido sem atividade física pela criança. 

fonte: site: abc da saúde

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

13 Dicas para se Concentrar na hora dos Estudos.


fonte: guiadoestudante.abril.com.br

Por mais que você tente, está difícil fazer sua mente focar nos estudos? Veja as dicas de especialistas para resolver seu problema:


Nosso cérebro é meio fanfarrão: na hora de pensar em estratégias para aquele jogo complicado de videogame ou de ler aquela revista que você adora, ele coopera facilmente. Mas quando é preciso sentar e estudar um pouco, parece não haver jeito de alcançar a concentração.
Isso fica ainda mais desesperador quando estamos em ano de vestibular e não temos tempo a perder. Para ajudar você nisso, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com especialistas e pediu dicas para ajudar seu cérebro a se concentrar. Como cada pessoa tem um jeito de funcionar, nem todas elas serão igualmente eficientes para todo mundo. Então é bom fazer uns testes até descobrir quais dão certo para você.
Não se contente em ler: escreva!
Segundo o professor e autor de livros com dicas para estudos Pierluigi Piazzi, é importante estudar escrevendo, e não só lendo. "Quem só lê perde a concentração. Quem escreve consegue entender o assunto e mantê-lo na mente", explica ele.
Escreva à mão em vez de digitar
Pesquisas já mostraram que os alunos que fazem isso aprendem mais do que quem só digita. "Você tem movimentos totalmente distintos para escrever cada letra a mão, mas isso não existe quando você está digitando. Isso faz com que mais redes neurais sejam ativadas no processo da escrita", diz o professor.
Como saber o que vale colocar no papel 
Faça resumos, fichamentos e esquemas da matéria. Mas nada de ficar copiando todo o conteúdo dos livros. Para saber o que vale escrever, faça de conta que você está preparando uma cola para uma prova. Por ter pouco espaço e pouco tempo para consulta-la, é preciso ser conciso, mas ao mesmo tempo abordar os pontos principais. É disso que você precisa quando for estudar.

Revise a matéria que aprendeu em aula no mesmo diaAlém de evitar acumular matérias, estudar o conteúdo visto em sala de aula no mesmo dia fará com que seu cérebro entenda que aquilo é importante e o memorize.

Estude sozinhoVamos combinar que, por mais legal que seja se reunir com os amigos para estudar, você acaba falando mais de outras coisas e as dúvidas permanecem. O professor Pierluigi é um grande defensor da ideia de que só se aprende mesmo no estudo solitário. "Estudar em grupo é útil se você for a pessoa que explica a matéria para os outros. Quem ouve não aproveita", diz ele. A melhor dica para um bom estudo, aliás, e explicar a matéria para si mesmo.

Use as aulas para entender as matérias e tirar dúvidasUm erro comum, segundo o professor Pierluigi, é fazer dois cursinhos para ter um maior numero de aulas - o que realmente vai fazer diferença no vestibular é o momento em que você estuda sozinho, não o número de aulas que pegou. Mas isso não significa que vale cabular ou dormir nas aulas: elas são importantes para entender a matéria e tirar dúvidas.

Desligue todos os aparelhos eletrônicos. Na hora de estudar, nada de deixar o celular por perto avisando você de cada notificação no Facebook. E nem caia na tentação de abrir o Facebook só por "dois minutinhos". Esses dois minutinhos sempre se estendem e acabam com toda a sua concentração. Reserve um tempinho do seu dia só para as redes sociais e faça isso virar rotina para que se acostume a checá-la apenas nesse tempo específico.

Estude em um local organizado e tranquiloO resto da sua casa até pode ser uma bagunça, mas o local onde você costuma estudar precisa estar sempre organizado e silencioso. Ter muitas coisas espalhadas pode atrapalhar a sua concentração e há o risco de perder tempo procurando coisas que sumiram na bagunça.

Música? Só em línguas que você não entendaNão é proibido estudar ouvindo música - há quem precise dela para se concentrar. Mas evite ouvir músicas em idiomas que você entenda - isso pode fazer com que você desvie sua atenção para a letra e esqueça a matéria.
Use marca-textoUsar canetas coloridas e marca-texto para enfatizar os pontos principais é uma boa ajuda para manter o foco no que for importante, especialmente se você tem problemas mais sérios de déficit de atenção. Post-its também podem ser úteis.

Respeite seu tempoSe você é mais produtivo de manhã, deixe para estudar as matérias mais difíceis nesse período. Quando sentir que a concentração não está rolando de jeito nenhum, faça uma pequena parada e depois volte. Manter intervalos regulares é fundamental - e a frequência vai depender do seu ritmo.

Tenha uma programação organizada, mas seja flexívelUse uma agenda ou quadro branco para organizar suas tarefas e respeite-a! Mas faça programações realistas para que você não se desanime. Definir que você vai estudar durante oito horas por dia se você tem várias outras atividades, por exemplo, não é algo razoável. E esteja aberto para mudanças, caso seja necessário.
Crie um pequeno ritual antes de estudar
Sempre que for mergulhar nos estudos, crie e respeite um ritualzinho antes. Pode ser um alongamento, pegar um copo de suco para deixar na sua mesa, ou que mais achar melhor. Com o tempo, seu cérebro vai entender que é hora dos estudos e ficará mais fácil se concentrar.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Abuso Sexual Infantil: agressor e agredido. Como a família deve agir!

Abuso sexual infantil agressor, sequelas, sinais de abuso como a família deve agir

Seja qual for o número de abusos sexuais em crianças que se vê nas estatísticas, seja quantos milhares forem, devemos ter em mente que, de fato, esse número pode ser bem maior. A maioria desses casos não é reportada, tendo em vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas. E o dano emocional e psicológico, em longo prazo, decorrente dessas experiências pode ser devastador.
O abuso sexual às crianças pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente qualquer. Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido.
Em tese, define-se Abuso Sexual como qualquer conduta sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto pode significar, além da penetração vaginal ou anal na criança, também tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.
Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chamam menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.

A Criança Abusada

Devido ao fato da criança muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante desse tipo de estimulação.
A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades sexuais estão sendo terrivelmente más. Para aumentar ainda mais esse conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda, pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.
A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência se a criança negar-se aos seus desejos.
Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando adultos.
Comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas, confusas e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou provocar uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas culpadas ou castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família.
Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada só ou quando o abusador estiver perto.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente pode incluir:
1.Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;
2.Problemas com o sono ou pesadelos;
3.Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
4.Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
5.Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
6.Negar-se a ir à escola,
7.Rebeldia e Delinqüência;
8.Agressividade excessiva;
9.Comportamento suicida;
10. Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
11. Retirar-se ou não querer participar de esportes;
12. Respostas ilógicas (para-respostas) quando perguntamos sobre alguma ferida em seus genitais;
13. Temor irracional diante do exame físico;
14. Mudanças súbitas de conduta.
Algumas vezes, entretanto, crianças ou adolescentes portadores de Transtorno de Conduta severo fantasiam e criam falsas informações em relação ao abuso sexual.

Quem é o Agressor Sexual

Mais comumente quem abusa sexualmente de crianças são pessoas que a criança conhece e que, de alguma forma, podem controla-la. De cada 10 casos registrados, em 8 o abusador é conhecido da vítima. Esta pessoa, em geral, é alguma figura de quem a criança gosta e em quem confia. Por isso, quase sempre acaba convencendo a criança a participar desses tipos de atos por meio de persuasão, recompensas ou ameaças.
Mas, quando o perigo não está dentro de casa, nem na casa do amiguinho, ele pode rondar a creche, o transporte escolar, as aulas de natação do clube, o consultório do pediatra de confiança e, quase impossível acreditar, pode estar nas aulas de catecismos da paróquia. Portanto, o mais sensato será acreditar que não há lugar absolutamente seguro contra o abuso sexual infantil.
Segundo a Dra. Miriam Tetelbom, o incesto pode ocorrer em até 10% das famílias. Os adultos conhecidos e familiares próximos, como por exemplo o pai, padrasto ou irmão mais velho são os agressores sexuais mais freqüentes e mais desafiadores. Embora a maioria dos abusadores seja do sexo masculino, as mulheres também abusam sexualmente de crianças e adolescentes.
Esses casos começam lentamente através de sedução sutil, passando a prática de “carinhos” que raramente deixam lesões físicas. É nesse ponto que a criança se pergunta como alguém em quem ela confia, de quem ela gosta, que cuida e se preocupa com ela, pode ter atitudes tão desagradáveis.

A Família da Criança Abusada Sexualmente

A primeira reação da família diante da notícia de abuso sexual pode ser de incredulidade. Como pode ser comum crianças inventarem histórias, de fato elas podem informar relações sexuais imaginárias com adultos, mas isso não é a regra. De modo geral, mesmo que o suposto abusador seja alguém em quem se vinha confiando, em tese a denúncia da criança deve ser considerada.
Em geral, aqueles que abusam sexualmente de crianças podem fazer com que suas vítimas fiquem extremamente amedrontadas de revelar suas ações, incutindo nelas uma série de pensamentos torturantes, tais como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por isso, se a criança diz ter sido molestada sexualmente, os pais devem fazê-la sentir que o que passou não foi sua culpa, devem buscar ajuda médica e levar a criança para um exame com o psiquiatra.
Os psiquiatras da infância e adolescência podem ajudar crianças abusadas a recuperar sua auto-estima, a lidar melhor com seus eventuais sentimentos de culpa sobre o abuso e a começar o processo de superação do trauma. O abuso sexual em crianças é um fato real em nossa sociedade e é mais comum do que muita gente pensa. Alguns trabalhos afirmam que pelo menos uma a cada cinco mulheres adultas e um a cada 10 homens adultos se lembra de abusos sexuais durante a infância.
O tratamento adequado pode reduzir o risco da criança desenvolver sérios problemas no futuro, mas a prevenção ainda continua sendo a melhor atitude. Algumas medidas preventivas que os pais podem tomar, fazendo com que essas regras de conduta soem tão naturais quanto as orientações para atravessar uma rua, afastar-se de animais ferozes, evitar acidentes, etc. Se considerar que a criança ainda não tem idade para compreender com adequação a questão sexual, simplesmente explique que algumas pessoas podem tentar tocar as partes íntimas (apelidadas carinhosamente de acordo com cada família), de forma que se sintam incomodadas.
1.Dizer às crianças que “se alguém tentar tocar-lhes o corpo e fazer coisas que a façam sentir desconfortável, afaste-se da pessoa e conte em seguida o que aconteceu.”
2.Ensinar às crianças que o respeito aos maiores não quer dizer que têm que obedecer cegamente aos adultos e às figuras de autoridade. Por exemplo, dizer que não têm que fazer tudo o que os professores, médicos ou outros cuidadores mandarem fazer, enfatizando a rejeição daquilo que não as façam sentir-se bem.
3.Ensinar a criança a não aceitar dinheiro ou favores de estranhos.
4.Advertir as crianças para nunca aceitarem convites de quem não conhecem.
5.A atenta supervisão da criança é a melhor proteção contra o abuso sexual pois, muito possivelmente, ela não separa as situações de perigo à sua segurança sexual.
6.Na grande maioria dos casos os agressores são pessoas conhecem bem a criança e a família, podem ser pessoas às quais as crianças foram confiadas.
7.Embora seja difícil proteger as crianças do abuso sexual de membros da família ou amigos íntimos, a vigilância das muitas situações potencialmente perigosas é uma atitude fundamental.
8.Estar sempre ciente de onde está a criança e o que está fazendo.
9.Pedir a outros adultos responsáveis que ajudem a vigiar as crianças quando os pais não puderem cuidar disso intensivamente.
10.Se não for possível uma supervisão intensiva de adultos, pedir às crianças que fiquem o maior tempo possível junto de outras crianças, explicando as vantagens do companheirismo.
11.Conhecer os amigos das crianças, especialmente aqueles que são mais velhos que a criança.
12.Ensinar a criança a zelar de sua própria segurança.
13.Orientar sempre as crianças sobre opções do que fazer caso percebam más intenções de pessoas pouco conhecidas ou mesmo íntimas.
14.Orientar sempre as crianças para buscarem ajuda com outro adulto quando se sentirem incomodadas.
15.Explicar as opções de chamar atenção sem se envergonhar, gritar e correr em situações de perigo.
16.Orientar as crianças que elas não devem estar sempre de acordo com iniciativas para manter contacto físico estreito e desconfortável, mesmo que sejam por parte de parentes próximos e amigos.
17.Valorizar positivamente as partes íntimas do corpo da criança, de forma que o contacto nessas partes chame sua atenção para o fato de algo incomum e estranho estar acontecendo.

ABUSO SEXUAL INTRAFAMILIAR

AGRESSOR

No.

%

PAI
77
52
PADRASTO
47
32
TIO
10
8
MÃE
4
4
AVÔ
3
2
PRIMO
2
1
CUNHADO
2
1
TOTAL
145
100

O que fazer?

Uma falsa crença é esperar que a criança abusada avise sempre sobre o que está acontecendo. Entretanto, na grande maioria das vezes, as vítimas de abuso são convencidas pelo abusador de que não devem dizer nada a ninguém. A primeira intenção da criança é, de fato, avisar a alguém sobre seu drama mas, em geral, nem sempre ela consegue fazer isso com facilidade, apresentando um discurso confuso e incompleto. Por isso os pais precisam estar conscientes de que as mudanças na conduta, no humor e nas atitudes da criança podem indicar que ela é vítima de abuso sexual.
Muitos pais se sentem totalmente despreparados e pegos de surpresa quando sua criança é abusada, mas sempre devemos ter em mente que as reações emocionais da família serão muito importante na recuperação da criança.
Quando uma criança confia a um adulto que sofreu abuso sexual, o adulto pode sentir-se muito incomodado e não saber o que dizer ou fazer. Vejamos algumas sugestões (American Academy of Child and Adolescent Psychiatry):
1.Incentivar a criança a falar livremente o que se passou, sem externar comentários de juízo.
2.Demonstrar que estamos compreendendo a angústia da criança e levando muito a sério o que esta dizendo. As crianças e adolescentes que encontram quem os escuta com atenção e compreensão, reagem melhor do que aquelas que não encontram esse tipo de apoio.
3.Assegurar à criança que fez muito bem em contar o ocorrido pois, se ela tiver uma relação muito próxima com quem a abusa, normalmente se sentirá culpada por revelar o segredo ou com muito medo de que sua família a castigue por divulgar o fato.
4.Dizer enfaticamente à criança que ela não tem culpa pelo abuso sexual. A maioria das crianças vítimas de abuso pensa que elas foram a causa do ocorrido ou podem imaginar que isso é um castigo por alguma coisa má que tenham feito.
Finalmente, oferecer proteção à criança, e prometer que fará de imediato tudo o que for necessário para que o abuso termine.
No momento em que esse incidente vem à tona, devemos considerar que o bem estar da criança é a prioridade. Se os familiares estão emocionalmente muito perturbados nesse momento, o assunto deve ser interrompido para que as emoções e idéias possam ser mais bem organizadas. Depois disso, deve-se voltar a tratar do assunto com a criança, explicando sempre que as emoções negativas são dirigidas ao agressor e nunca contra a criança.
Não devemos apressar insensivelmente a criança para relatar tudo de uma só vez, principalmente se ela estiver muito emocionada. Mas, por outro lado, devemos encorajá-la a falar com liberdade tudo o que tenha acontecido, escutando-a carinhosamente para que se sinta confiante. Responda a qualquer pergunta que a esteja angustiando e esclareça qualquer mal entendido, enfatizando sempre que é o abusador e não a criança o responsável por tudo.
Se o abusador é um familiar a situação é bastante difícil para a criança e para demais membros da família. Embora possam existir fortes conflitos e sentimentos sobre o abusador, a proteção da criança deve continuar sendo a prioridade. Abaixo, algumas condutas que devem ser pensadas nos casos de violência sexual contra crianças.
1. Informe as autoridades qualquer suspeita séria de abuso sexual.
2.Consultar imediatamente um pediatra ou médico de família para atestar a veracidade da agressão (quando houver sido concretizada). O exame médico pode avaliar as condições físicas e emocionais da criança e indicar um tratamento adequado.
3.A criança abusada sexualmente deve submeter-se a uma avaliação psiquiátrica por ou outro profissional de saúde mental qualificado, para determinar os efeitos emocionais da agressão sexual, bem como avaliar a necessidade de ajuda profissional para superar o trauma do abuso.
4. Ainda que a maior parte das acusações de abuso sejam verdadeiras, pode haver falsas acusações em casos de disputas sobre a custódia infantil ou em outras situações familiares complicadas.
5. Quando a criança tem que testemunhar sobre a identidade de seu agressor, deve-se preferir métodos indiretos e especiais sempre que possível, tais como o uso de vídeo, afastamento de expectadores dispensáveis ou qualquer outra opção de não ter que encarar o acusado.
6.Quando a criança faz uma confidência a alguém sobre abuso sexual, é importante dar-lhe apoio e carinho; este é o primeiro passo para ajudar no restabelecimento de sua autoconfiança, na confiança nos outros adultos e na melhoria de sua auto-estima.
7.Normalmente, devido ao grande incômodo emocional que os pais experimentam quando ficam sabendo do abuso sexual em seus filhos, estes podem pensar, erroneamente, que a raiva é contra eles. Por isso, deve ficar muito claro que a raiva manifestada não é contra a criança abusada.

Seqüelas

Felizmente, os danos físicos permanentes como conseqüência do abuso sexual são muito raros. A recuperação emocional dependerá, em grande parte, da resposta familiar ao incidente (Embarazada.Com). As reações das crianças ao abuso sexual diferem com a idade e com a personalidade de cada uma, bem como com a natureza da agressão sofrida. Um fato curioso é que, algumas (raras) vezes, as crianças não são tão perturbadas por situações que parecem muito sérias para seus pais.
O período de readaptação depois do abuso pode ser difícil para os pais e para a criança. Muitos jovens abusados continuam atemorizados e perturbados por várias semanas, podendo ter dificuldades para comer e dormir, sentindo ansiedade e evitando voltar à escola.
As principais seqüelas do abuso sexual são de ordem psíquica, sendo um relevante fator na história da vida emocional de homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos psiquiátricos.
Antecedentes de abuso sexual na infância estão fortemente relacionados a comportamento sexual inapropriado para idade e nível de desenvolvimento, quando comparado com a média das crianças e adolescentes da mesma faixa etária e do mesmo meio sócio-cultural sem história de abuso.
Em nível de traços no desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado a futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização, à baixa autoestima à distorção da imagem corporal, Transtorno Borderline de Personalidade e Transtorno de Conduta.
Em relação a quadros psiquiátricos francos, o abuso sexual infantil se relaciona com o Transtorno do Estresse Pós-traumático, com a depressão, disfunções sexuais (aversão a sexo), quadros dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono (insônia, medo de dormir), da alimentação, como por exemplo, obesidade, anorexia e bulimia, ansiedade e fobias.
Ilana Casoy em seu livro Serial Killer: louco ou cruel? relata que tradicionalmente, o comportamento do adulto psicopata pode ser conseqüência de abusos sofridos na infância, abusos sexuais, físicos ou emocionais ou, ainda, conseqüência de traumas relacionados ao abandono infantil.
Estudando matadores seriais, Ilana reconhece serem raros os casos que não tenham uma história de abuso ou negligência dos pais, porém, ressalta que isso não significa que toda criança com história de algum tipo de abuso seja um matador em potencial.”
Por Redação do Utilidade Pública, em 22 de maio de 2012 às 14:37.
Com informações de Ballone GJ - Abuso Sexual Infantil, in. PsiqWeb

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Evitando Tragédias....


Acidentes domésticos e os cuidados com a segurança em casa.




Acidentes domésticos são muito comuns e os riscos estão em toda a parte.
Estatísticas revelam que, no Brasil, a principal causa de mortes em crianças são os acidentes.
Podem não resultar em morte mas, muitas vezes, estão relacionados a sequelas permanentes para o resto da vida com prejuízos físico, psicológico, social e econômico.

Acidentes domésticos não são raros.

Simples ações do dia a dia podem evitar grandes tragédias.

A chegada de um filho traz muita alegria para pais e toda a familia, mas tambem muita responsabilidade na proteção, que deve iniciar desde recém nascido.


Principais tipos de acidentes domésticos:

- Asfixia
- Quedas
- Cortes
- Intoxicação
- Queimaduras
- Afogamento

Obstrução respiratória (asfixia)

 É a principal causa de morte em crianças abaixo de 1 ano.


Como evitar o risco de asfixia?

O berço ideal:


Os cuidados começam com a escolha do berço.
As barras da grade de proteção não devem ter mais do que 5 cm de espaço entre elas, sob o risco da criança colocar a cabeça entre as barras e ficar presa tendo estrangulamento e asfixia.
O colchão deve ser firme e bem preso ao berço, sem embalagem plástica.
O bebê  deve dormir de barriga para cima e coberto até o peito com lençol, que esteja preso embaixo do colchão. Os braços devem ser mantidos fora do lençol.
Remova brinquedos do berço, na hora de dormir, isto evita que a criança os coloque na boca com risco de broncoaspiração e asfixia.
Nunca coloque chupeta presa com corda ao redor do pescoço da criança, pois a criança pode ser estrangulada pela corda da chupeta e ter asfixia.


A troca de fralda

 Um dos acidentes que podem ocorrer nesse momento são as quedas, seja da cama, trocador ou qualquer bancada utilizada para esse fim. Quedas em bebês tem risco de traumatismo craniano, fraturas e suas consequências.
Tenha sempre em mãos todo o material necessário para a troca da criança, tenha certeza de que tudo está por perto e não descuide deixando a criança sem supervisão. 


A hora do banho

A temperatura da água deve ser verificada antes de banhar a criança, evitando quemaduras.
Nunca deixe a criança sozinha na banheira, sob o risco de afogamento, estudos revelam que crianças podem se afogar com apenas 2,5cm de água.


A escolha dos brinquedos

Tenha sempre a preocupação de respeitar a indicação do fabricante quando as idades recomendadas para o brinquedo.
Evite brinquedos com peças pequenas
 que podem ser colocados na boca e a criança ter sufocamento por brocoaspiraçao.


As crianças que engatinham e ficam em pé sozinhas.



Com o deslocamento pela casa, o cuidado deve ser redobrado.
Ajuste a altura das grades do berço, evitando quedas. 
As tomadas devem ser obstruídas com protetores específicos. 


As quinas dos móveis devem ser protegidas e acolchoadas evitando os traumatismos.



As janelas e varandas devem ter redes de proteção. 
Os móveis devem ficar afastados das janelas.
As cortinas e persianas não devem ter cordas pois, a criança pode enrolar a corda no pescoço e ter estrangulamento ou asfixia.
Manter vasos sanitários fechados, é uma atitude importante pois, há relatos de afogamento por queda da criança com a cabeça dentro do vaso, sendo afogada pela água do vaso.




Os cuidados com casa que tem escada:



Devem ter portões nos acessos e mantidos fechados.
As portas da casa devem ser presas com prendedores no solo, para evitar que se fechem com correntes de ar e coloque a pequena criança em risco de traumas nas mãos (risco de amputação de dedos ou esmagamento) ou trauma craniano.


A cozinha:


Local frequente de acidentes.
Para cozinhar, use de preferência, as bocas de trás do fogão.Os cabos das panelas devem ficar virados para o interior do fogão, evitando que a criança pegue e derrame o conteúdo da panela sobre seu corpo. Nunca deixe os bicos do fogão ligados.
Facas e objetos cortantes devem ser guardados em gavetas altas e fora do alcance de crianças ou mantidas fechadas com chave.



 Não manusei líquidos quentes perto de crianças. Cuidado com café, chá, água fervendo.
Mantenha torradeiras, garrafa térmica fora do alcance de crianças.
As toalhas de mesa não devem ser compridas, pois tem risco da criança puxar e derrubar todo o conteúdo da mesa sobre elas.


Evitando intoxicaçoes:



Mantenha medicamentos e produtos de limpeza fora do alcançe de crianças, de preferência, em armários altos e com fecho.
Nunca armazene produtos de limpeza em recipientes de água mineral ou refrigerantes pois, a criança, pode ingerir esses produtos por engano.
Produtos inflamáveis, principalmente álcool devem sempre estar fora do alcance.





A piscina:




Sempre com tela de proteção ou portões, impedindo o livre acesso.
Risco de afogamento é constante, um minuto de descuido é suficiente.
A principal causa para afogamento é a falta de supervisão.
Coloque bóias em crianças que não sabem nadar.



Outros cuidados:

Baldes devem ser guardados sempre vazios, nunca armazenado água e, de preferência, virados para baixo.
Cuidado com sacos plásticos, há relatos de acidentes, com crianças, colocando sacos na cabeça, não conseguindo retira-los e sofrendo asfixia.
Ferro de passar roupa, nunca devem estar ligados sem supervisão ou no mesmo ambiente de crianças. Graves queimaduras podem ocorrer.


Mensagem:




Acidentes domésticos são mais comuns do que podemos imaginar.
Os riscos estão em toda a parte.
Informação, divulgaçao e cultura de prevenção são capazes de evitar cerca de 90% dos acidentes.
Crianças pequenas não tem capacidade de avaliar os perigos. Portanto, dê exemplo, ensine a criança a percepção do perigo.
Seu papel é fundamental na proteção.
Cuidados no ambiente domiciliar e informação para todos aqueles que lidam com a criança podem protegê-la e evitar graves acidentes.

Dr. Maurício Rangel.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Falando Certo...


Atenção aos sonsA troca de alguns sons está dentro da normalidade na fase de 2 a 4 anos e essa alteração costuma desaparecer junto com o amadurecimento neurológico. A persistência após essa idade é considerada patológica. Para identificar com mais eficiência os problemas de fala deve-se descartar a possibilidade de o aluno agir dessa maneira como forma de chamar atenção. Também não adianta colocá-lo sob pressão, pois a troca de fonemas pode virar uma questão definitiva.
Para Irene Marquesan, diretora do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica (Cefac) e doutora em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), independentemente da confirmação do diagnóstico o aluno deve sempre fazer boas leituras e produzir muitos textos, pois isso colabora para pôr fim ao problema. "É essencial resolver as alterações de fala até o final da 2ª série ou no início da 3ª", recomenda Irene. Outra dica importante diz respeito à correção verbal. Quando o estudante fala algo errado não se deve repetir a palavra incorreta para depois falar a certa, mas apenas apresentar o padrão correto. Esse procedimento impede que os pequenos se confundam.
Fluência
Um aluno gago repete sílabas e, às vezes, nem consegue pronunciá-las na hora de falar.A eletromiografia de superfície é um exame relativamente simples que mede a tensão muscular de um disfluente. Em 75% dos casos, a recuperação é espontânea e não há necessidade de terapia. Os 25% restantes nascem com predisposição genética e,por conta disso, serão gagos pelo resto da vida. Em ambos os casos, a terapia servepara avaliar a intensidade do problemae impedir que ele se agrave.
Fluidez verbalA fluência é a capacidade de passar uma mensagem dentro de um fluxo contínuo, regular e em velocidade compreensível. O contrário disso é a disfluência, também conhecida como gagueira. Uma criança de 3 anos possui o mesmo fluxo de fala de um adulto. Só que com menos vocabulário. Existem casos em que ainda não há o domínio da estrutura da língua e, por isso, surge uma disfluência temporária.
É possível identificar um disfluente pelo tipo de ruptura. Geralmente, há uma patologia quando um som ou uma sílaba são bloqueados ou repetidos. Para alguns falantes, são comuns interrupções como "ah", "eh", "hum". Pelo desconhecimento do assunto, muitos tomam atitudes prejudicais a quem gagueja. Leia o que os especialistas recomendam não fazer:
  • pedir para parar de gaguejar;
  • sugerir que pense ou respire antes de falar;
  • completar a fala;
  • manifestar inquietação, irritação ou impaciência;
  • demonstrar pena;
  • pedir para recomeçar a fala;
  • sugerir que mude o tom de voz;
  • pedir para substituir palavras com pronúncia difícil;
  • fingir que a gagueira não existe.
Claudia Andrade, que também é especialista em disfluência, ressalta a importância do diagnóstico precoce. "O ideal é procurar ajuda o mais rápido possível para que a gagueira não se instale de forma definitiva."
Audição
O exame audiométrico é a avaliação da capacidade auditiva. Essa é uma das maneiras de detectar disfunções da audição. O professor deve encaminhar o estudante a um especialista quando perceber que ele tem pus no ouvido. O mesmo vale para o aluno que não entende o que é dito em sala de aula e pede que as frases sejam repetidas, reclama de algum barulho ou zumbido na orelha, não vira a cabeça quando é chamado, troca letras após os 4 anos de idade, fala errado porque não percebe a diferença entre a fala e a escrita.
Escutar bemQuando uma criança tem dificuldades para ouvir, provavelmente terá problemas para aprender a falar e entabular uma conversa. A alteração mais comum é a perda auditiva, que pode ser leve, moderada ou profunda. Na perda leve, há dificuldade para detectar alguns sons. É como se você escutasse alguém falando em tom baixo. Quando o problema evolui, aumenta o número de sons que não se escuta, mas ainda é possível entender algo. Nesse ritmo crescente, pode-se chegar a um estágio no qual a pessoa só ouve sons de intensidade muito elevada. O ideal é detectar o problema no primeiro estágio, para não comprometer as chances de comunicação.
Outra alteração muito comum é o já mencionado distúrbio de processamento central. Além de escutar bem, temos de selecionar e memorizar o que escutamos para localizar o ruído, sabendo de qual direção veio. A representação mais comum desse tipo de problema é quando o professor fala numa classe barulhenta e o aluno não sabe se foca sua atenção nos colegas ou no professor.
A doutora Renata Carvalho, professora de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP e especialista em audiologia, descreve as crianças que apresentam alteração auditiva como agitadas e dispersas. "Para elas, prestar atenção é muito difícil", explica Renata. "Elas preferem se concentrar em coisas visuais." Se você tem alunos assim, saiba que talvez eles não sejam "bagunceiros", mas sofrem de um mal que só pode ser detectado num consultório.
Aprendizagem
Crianças com esse tipo de problema são aquelas que, geralmente, não acompanham a maioria da turma. Nesse caso, é importante destacá-las do grupo para o tratamento com um fonoaudiólogo. Só assim elas terão oportunidade de participar de atividades que desenvolvem a consciência dos sistemas sonoros como, por exemplo, a descoberta do número de sílabas de uma palavra, a análise dos sons que a compõem e a busca das letras que representem graficamente esses sons.
Respeito à individualidadeA categoria aprendizagem é ampla e envolve problemas relativos ao desenvolvimento infantil. Veja os mais comuns:
Ritmo — Cada um tem uma velocidade própria para aprender. Crianças com distúrbios apresentam ritmo mais lento. Elas precisam de um tempo maior para compreender um novo conceito. Quando o professor planeja levando em conta as particularidades de cada aluno, evita que alguns fiquem pelo caminho.
Linguagem oral — Há crianças que não apresentam nenhum déficit auditivo que impeça a fala, mas a compreensão e a expressão estão prejudicadas, inclusive no aspecto cognitivo. Da mesma forma, há aquelas que estão aparentemente bem, mas revelam dificuldades gerais quanto à evolução escolar (redação, ortografia, leitura e compreensão de textos e exercícios matemáticos etc.). Provavelmente elas sofrem desse distúrbio de aprendizagem e precisam de atenção especial em classe.
Linguagem escrita — São casos nos quais, apesar das habilidades orais estarem resolvidas, as crianças têm dificuldades no aprendizado da escrita. Língua Portuguesa, neste caso, é a disciplina mais prejudicada.
Para Jaime Luiz Zorzi, diretor do Cefac e doutor em educação pela Unicamp, o aluno que tem algum tipo de alteração na linguagem é quase sempre prejudicado. Normalmente, a escola estabelece um padrão mínimo que todos devem atingir e, como ele não se enquadra, é deixado de lado.
Voz
Educadores tendem a achar que as variações da voz fazem parte do desenvolvimento de uma criança. Cuidado com os que gritam com freqüência, têm voz rouca ou grossa para a idade, fazem força para falar a ponto de as veias do pescoço saltarem e a expressão facial ficar intensa. Ou deixam escapar um ar não sonorizado, e vêem o som sumir em algumas sílabas. Todos são fortes candidatos a ter problemas vocais que exigem acompanhamento especializado.
Em alto e bom tom
Viviane Bandoni, da Escola Carandá, orienta seus alunos de 3ª série numa atividade de perguntas e respostas (elaborada em parceria com um fonoaudiólogo) que devem ser colocadas na ordem lógica (como no exemplo da foto à esq.): a professora usa uma história infantil para avaliar a noção de temporalidade de cada um
A disfonia, conhecida como rouquidão, costuma não receber atenção nem de pais, nem de professores. Geralmente, disfônicos têm como características a liderança, a agressividade e a agitação, mas antes de qualquer diagnóstico é necessário saber por que o aluno grita. As causas podem estar relacionadas a excesso de ruídos externos. Se na sala de aula o barulho entra pelas janelas, é melhor manter a porta aberta.
Ambientes poluídos também são prejudiciais. Por isso, a sala deve estar sempre limpa. Alunos alérgicos não podem abusar, falando e cantando em excesso. Hábitos como ter uma garrafinha de água ao alcance da mão, não usar roupas apertadas e não comer demais valem tanto para seus alunos como para você.
Uma criança que não se livra da rouquidão pode comprometer, na idade adulta, uma escolha profissional. Para Mara Behlau, diretora e coordenadora do Centro de Estudos da Voz, é importante que as pessoas se conscientizem de que esse processo não faz parte do desenvolvimento natural. "Um aluno rouco sinaliza que tem dificuldade para se comunicar de modo adequado."
Em todas as situações, o papel do educador é estar atento para fazer o encaminhamento a um especialista. Só assim há chances de recuperação. "O fonoaudiólogo pode orientá-lo sobre a distribuição dos alunos em classe e sugerir sugestões de atividades em grupo, inclusive com aqueles que não apresentam distúrbios", esclarece Roberta Dias. A professora Viviane concorda. "É viável trabalhar assim, pois uns estimulam os outros a expressar suas habilidades."
Fonte: site; pedagobrasil.com.br

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Limites. Ainda dá tempo?

Os erros de educação cometidos na infância
produzem efeitos danosos na adolescência
Rubiana Peixoto
Os pais de adolescentes convivem com um eterno desafio, que é impor limites aos filhos. "É um fenômeno da alternância de gerações", teoriza o psiquiatra paulista Içami Tiba. "Os pais dos jovens de hoje foram educados de forma autoritária e, com medo de repetir o erro com os próprios filhos, acabaram caindo no extremo oposto, que é a permissividade." Para os pais que descuidaram da tarefa de colocar freios na infância e agora têm de lidar com adolescentes intratáveis, uma má notícia: com o tempo, fica difícil reverter esse quadro. Mas não é impossível, claro. "O adolescente é um ser em desenvolvimento. Mesmo que seja um caso perdido, os pais nunca podem partir dessa premissa", afirma o psiquiatra Francisco Baptista Assumpção Junior, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para auxiliar os pais nessa tarefa espinhosa, existe uma vasta literatura sobre o assunto. Lançado recentemente, Limites sem Trauma, da educadora carioca Tania Zagury, já vendeu 50.000 exemplares de dez edições. Disciplina – O Limite na Medida Certa, de Içami Tiba, tornou-se um sucesso, com 356.000 livros vendidos em 36 edições. O que os pais devem ter em mente, em primeiro lugar, é que não adianta agir como no passado. Antigamente, quando um filho queria fazer alguma coisa que os pais reprovavam, bastava um deles dizer: "Você não fará isso porque eu não quero". E o assunto estava encerrado. Isso não funciona mais. Os jovens são mais bem informados. São mais questionadores. Isso é bom. Significa que, no futuro, não irão aceitar qualquer coisa que lhes for imposta. Os pais, no entanto, ganharam um trabalho extra. Não basta proibir. É preciso justificar, com bons argumentos, a proibição. Antigamente, eram os filhos que tinham de dar explicações aos pais. Hoje, são os pais que, na hora dos limites, as dão aos filhos. "O pai moderno é aquele que estabelece limites com fundamentos educacionais", ensina Tania Zagury.
Os especialistas concordam em um ponto: a boa educação do adolescente é aquela que começa na infância. É preciso estabelecer regras claras desde cedo para evitar futuros problemas de comportamento. A falta de limites é encarada como algo negativo pela própria criança. Para ela, isso pode ser sinônimo de falta de afeto. Outro problema freqüente é a discordância entre os pais. É importante que ambos cheguem a um acordo antes de impor as regras. Caso contrário, a criança fica sem saber quem está certo. Ou, pior, pode explorar essa contradição. Os especialistas comparam o processo educacional a um barco. É importante que, desde a infância, os pais remem na mesma direção.
Trata-se de um desafio complicado, mas é essencial enfrentá-lo. A falta de limites não causa apenas constrangimento familiar. Um jovem que burla as regras em casa e não é punido tende a fazer o mesmo fora. E as punições do mundo real costumam ser mais severas. Pesquisas mostram que grande parte dos adolescentes de classe média que dirigem embriagados, tomam drogas ou entram em brigas de gangues – provocando acidentes ou arriscando a própria integridade física – vem de famílias que não souberam impor limites a eles.