Estudo realizado com recém-nascidos internados em UTIs mostra que as crianças podem ser beneficiadas pelo hábito da leitura desde os primeiros dias de vida
Fernanda Tambelini
Conduzida com pais de bebês internados na unidade de tratamento intensivo, a pesquisa apontou que a situação estressante de ir para casa sem o recém-nascido pode dificultar a ligação entre os pais e a criança. Mas o simples ato de ler um livro em voz alta para o bebê facilita essa aproximação.
De acordo com o relatório, a leitura traz benefícios para toda a família: 69% dos pais sentiram-se mais próximos dos filhos, além de ter a sensação de controle, intimidade e normalidade – mesmo no ambiente hospitalar. Para os bebês, a voz dos pais tem efeito tranqüilizante. “É como se fosse um acalanto. Você está embalando seu filho com palavras”, diz Ilan Brenman, escritor e doutor em educação, que coordenou o projeto Biblioteca viva em hospitais, da Fundação Abrinq, em hospitais de todo o Brasil no início dos anos 2000.
O contato cedo com os livros também ajuda no desenvolvimento da linguagem e facilita, no futuro, a criança aprender a ler. Além disso, a qualidade dos sons que o bebê ouve afeta o funcionamento da audição e a linguagem usada nos livros geralmente é mais rica do que a linguagem do dia a dia. “Ao ler, usamos voz, ritmo e tom diferentes da conversa diária. Isso prende a atenção da criança e, mais para frente, chega na formação do leitor”, completa Brenman.
Fonte: Revista Crescer - Globo
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