segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ALFABETIZAÇÃO:





 LETRA IMPRENSA    X     LETRA CURSIVA



A escola, nos últimos anos, foi bastante surpreendida pelas inovações dos campos da ciência e da tecnologia. Com esses avanços, muitas teorias acerca da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo, da leitura, da escrita e da alfabetização foram sendo complementadas, discutidas e reconstruídas necessitando trazer consigo reformulações dos métodos educacionais.
Pensando nessas mudanças, questionamos: será que além de todas as dificuldades que os alunos já enfrentam no processo de alfabetização, eles têm a necessidade de aprender a ler e escrever a letra cursiva, cuja sua utilização nos tempos atuais encontra-se quase que exclusivamente na escola? Pois não a encontramos em nenhum outro lugar no contexto social? Porque a maioria dos professores continuam trabalhando com a letra cursiva, exigindo esta aprendizagem, muitas vezes como critério de aprovação?
Em função desta contradição (aprendizagem em letra cursiva X contexto social em letra bastão), identificamos a necessidade de uma pesquisa aprofundada, já que na literatura atual não há quase nada que se refira diretamente a este assunto.
Gostaríamos de salientar a relevância deste artigo, para a educação, pois verificamos, ser este um assunto bastante polêmico entre professores. Assim, esperamos que contribua e auxilie os professores alfabetizadores para que melhor desempenhem seu trabalho.
Considerada uma questão bastante complicada e duvidosa, muitos professores não sabem que tipo de letra utilizar para alfabetizar de forma mais eficaz:, bastão ou cursiva? Veja, um quadro descritivo das características das letras cursivas e bastão. 

Como o objetivo da escola deve ser o de preparar cidadãos críticos capaz de transformar a realidade para melhor, a proposta de alfabetização deve naturalmente adequar-se às exigências da realidade atual. Realidade esta, em que a letra bastão esta presente em todos os momentos da vida de uma criança: em livros, televisão, revista, jornais, embalagens, rótulos, no teclado do computador. Ficando a escola como um dos únicos espaços sociais em que privilegia a escrita com letra cursiva. Muitos educadores dedicam parte do seu tempo treinando o alfabeto manuscrito com seus alunos, apesar de viverem num mundo onde a letra de forma é dominante. Desta forma, percebe-se uma grande perda de tempo e esforço por parte dos alunos e professores que tentam insistentemente a grafia da letra cursiva. Tempo este que poderia e deveria ser melhor aproveitado, com atividades desafiadoras com objetivos reais para o crescimento de seus alunos.
Percebe-se então, a dificuldade com que se defrontam estas crianças, que recém aprendendo a ler e escrever depara-se com obstáculos criados e na maioria das vezes impostos pela própria escola, que na maioria das vezes obrigam seus alunos a utilizar a letra cursiva, sendo em muitos casos um inibidor de avanços e aprendizagens, podendo trazer conseqüências bastante sérias e graves, como, por exemplo, o fracasso escolar.    
Segundo ferreiro, (apud nova escola, 1996, p. 11) começar a alfabetização com letra bastão é uma tentativa de respeitar a seqüência do desenvolvimento visual e motor da criança. 






No entanto, em vez dos professores despenderem a energia de seus alunos no aprendizado da letra cursiva, poderia utilizá-la para outras atividades mais importantes e necessárias para a vida dos alunos, como por exemplo: leituras, jogos, brincadeiras, músicas, etc. convictas de que as classes de alfabetização são a base para a vida escolar do aluno. Assim, esta deve ser uma etapa encantadora e estimulante para que a criança siga com entusiasmo sua vida escolar com motivação e determinação.



Janaína Albani Dias, Renata Brogni da Silva
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ADRIANA, Vera e Silva. Bastão X Cursiva, os prós e os contras de cada letra na alfabetização.  São Paulo: Ed. Abril, n. 99, XI,  p. 8-16, dez 1996.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, be, bi, bo, bu. Pensamento e ação no magistério. São Paulo: Editora Scipione, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros curriculares Nacionais.  Brasília: MEC/SEF.1997
Revista Nova escola: Entrevista realizada com Emilia Ferreiro: 1996. p. 11

Nenhum comentário:

Postar um comentário