terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como falar com a criança sobre sexo?


saiba quais são as principais dúvidas dos pais 

ao abordar o tema

Por Bruna Capistrano
fonte: Gnt.com.br
Qual é a hora certa para falar de sexo com os filhos?
Foto: Getty Images


















Qual mãe ou o pai nunca foi pego de surpresa com uma pergunta dos
 filhos sobre sexo? Conforme a criança vai crescendo as dúvidas e curiosidades
 vão aumentando. E eis que de repente seu filho pergunta o que é transar.
 Ou o que é sexo.

"O que deve ser falado vai de acordo com a capacidade de compreensão
 da criança. A primeira coisa a fazer é entender o que ela quer saber,
 então pergunte 'por que você quer saber', 'onde você ouviu isso'. Senão
 você corre o risco de explicar o coito quando, na verdade, ela quer saber o que
 é sexo feminino e masculino. Ou ainda não está preparada para entender aquilo
 e merece uma resposta mais simples", explica Cynthia Boscovich, psicóloga
 clínica que trabalha com crianças de zero a dois anos há mais de 19 anos.

Confira abaixo algumas respostas para dúvidas dos pais 
quando o assunto é sexo e criança.
  • 1
    A idade ideal para falar sobre
    sexo com a criança é...
    Entre os 8 e 9 anos, normalmente, a criança começa a desenvolver
    sua sexualidade, mas é comum as dúvidas sobre o tema
    aparecerem antes disso. É consenso que a verdade é sempre a 
    melhor resposta. E não menos importante é que os pais saibam 
    o nível de compreensão da criança para explicar o tema da melhor 
    maneira possível, com naturalidade.

    "O comportamento dos pais depende da forma como eles lidam
    com o corpo, com a sexualidade. Muitas pessoas não conseguem
    falar sobre sexo com os filhos porque para elas também é um tabu",
     explica a psicóloga Cynthia Boscovich. Portanto, se a pergunta for 'o
     que é transar', só você vai saber se é a hora de dizer para seu filho que
     é como os adultos namoram, ou se chegou o momento de explicar
    o que é a relação sexual. Da mesma forma, se a dúvida da criança for
    como ela nasceu, a resposta pode ser que o papai colocou uma
    sementinha dentro da mamãe, ou que o bebê é o resultado do sexo
    sem proteção. Neste caso, não esqueça de falar que existe
     camisinha e doenças podem ser adquiridas sem o seu uso. 
  • 2
    A menina pode tomar banho com o
    papai? E a mãe com o filho?
    Chega uma idade em que não é mais necessário a criança tomar
     banho com os pais. A mudança ocorre naturalmente, conforme
     ela vai aprendendo os cuidados com a higiene. Até lá, os banhos
     com o  pai ou com a mãe podem acontecer ou não. Depende da 
    postura dos pais. "Se a criança perguntar sobre os órgãos
     genitais, por que não explicar que a mulher tem a vagina e o
     homem o pênis? É importante dizer que quando ela crescer seu 
    corpo também vai mudar. Mas a partir do momento em que vira uma 
    situação constrangedora, deixa de ser natural", afirma a psicóloga.
  • 3
    Masturbação: a criança pode se tocar
     ou a maldade está na cabeça do adulto?
    Se masturbar é uma sensação prazerosa tanto para o adulto,
    como para a criança. Se é por volta dos 8 ou 9 que ela começa a 
    desenvolver a sexualidade ao ter a percepção de atração pelo sexo 
    oposto (ou pelo mesmo sexo), é a partir dos 3 ou 4 anos de idade 
    que a criança percebe que tocar em certas partes do corpo é 
    gostoso.As regras sociais começam a aparecer neste momento, 
    quando os pais precisam dizer para ela que aquilo é normal, mas 
    não deve ser feito na frente das pessoas. A psicóloga Cynthia 
    Boscovich simplifica: "Aos 4 ou 5 anos, a criança se toca e tem 
    noção de que está fazendo algo diferente, mas a maldade vem dos 
    adultos. Se o adulto enxergar aquela atitude como proibida, a criança
     também vai perceber que se tocar é proibido. Dizer que é natural e
     explicar que se deve fazer aquilo quando se está sozinho é a
     melhor atitude".
  • 4
    Trate o tema com naturalidade
    Se o tema não for tratado com naturalidade pelos pais, para
     a criança também não vai ser. O melhor é que não existe certo, 
    nem errado: tudo depende como a família lida com isso. "Em casa
     mesmo meu filho não se troca na minha frente. Mas eu faço isso com 
    naturalidade, sempre fizemos, e para ele é muito normal. Às vezes estou
     no banho e ele entra no banheiro, conversa comigo e tudo bem. Mas é
     uma opção dele não se trocar na minha frente e eu respeito", comenta a
     psicóloga Cynthia Boscovich. Se os pais andam dentro de casa 
    sem roupa, o filho vai encarar aquilo com naturalidade. "No entanto, se o
     pai se sente envergonhado, a criança percebe a situação. 
    É melhor mudar a atitude",  sugere a especialista.

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