quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A carta de Pero Vaz de Caminha: como interpretar nosso primeiro documento



Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha para informar o rei Manuel I sobre a existência do Brasil são a base para um estudo mais rico da nossa História, que prevê a análise de fontes de diversas origens.

Cena 1: portugueses e indígenas se encontram pela primeira vez, no litoral sul da Bahia. Cena 2: depois de momentos de hesitação, os dois grupos trocam objetos, prática que se tornaria uma das mais emblemáticas ao longo da colonização portuguesa. Os episódios são narrados por Pero Vaz de Caminha (1450-1500), escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral (1467/68-1520) no primeiro registro escrito do país. Ele inclui muitos outros detalhes da chegada dos portugueses ao Brasil e revela episódios do cotidiano de personagens que ficaram para a História, como Cabral e o próprio autor da carta, e de pessoas comuns - tripulantes dos barcos, por exemplo - à época do descobrimento.

A carta, hoje guardada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, pode ser trabalhada em classe desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. "Nessa etapa da escolaridade, o mais indicado é apresentar trechos selecionados previamente, de acordo com os objetivos do professor, e propor uma discussão", explica a historiadora Isabel Barca, docente da Universidade do Minho, em Portugal, e autora de livros didáticos e orientações curriculares que propõem a leitura e a análise da carta.

O documento permite um primeiro contato das crianças com a formação do Brasil. Contribui, ainda, para iniciar um processo de aprendizagem com base em inferências sobre documentos e outras fontes. Aqui, vale um esclarecimento: todo vestígio do passado é uma fonte histórica em potencial. Porém só fontes de valor legal e/ou institucional podem ser consideradas verdadeiros documentos históricos. Essa proposta de trabalho, que aproxima os alunos dos procedimentos de trabalho de um historiador, é a perspectiva atual no ensino da disciplina desde os anos iniciais.

A abordagem cultural deve nortear o estudo da carta. Segundo Francisco Alfredo Morais Guimarães, professor de História da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), para entender as diferenças entre índios e portugueses naquele período, a turma deve considerar que os primeiros desenvolveram sua cultura por meio de um processo de adaptação às florestas tropicais, aprendendo a ler os códigos de interação entre plantas e animais, que constituem o seu patrimônio. Além disso, praticavam a agricultura de subsistência sem fins comerciais.

Já na Europa, o objetivo era estabelecer relações de comércio visando o lucro e a exploração de comunidades que viviam em outros continentes, sem preocupação com o meio ambiente. Esse dado ajuda a entender o embate cultural que se seguiu ao primeiro encontro do homem branco e do índio. "É possível estudar a carta enfocando esse momento e depois expandir a análise, discutindo os impactos e as mudanças nas organizações sociais já existentes, tanto a indígena quanto a portuguesa", recomenda o historiador Juliano Custódio Sobrinho, selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.

Mediar a leitura, lançando perguntas à turma, estimula a discussão. Questionamentos gerais, do tipo "Quem escreveu a carta?", "Por quê?", "Para quem vocês acham que ela foi destinada?" e "O que ela significou para as pessoas daquele tempo?", podem iniciar o debate.

A conversa pode ser aprofundada com indagações específicas sobre alguns trechos (leia os excertos comentados na última página). São exemplos de questões: "O que os portugueses encontraram por aqui?", "Será que a paisagem mudou muito desde 1500?", "Os índios usavam moedas de troca?", "Tinham religião?", "No que eles acreditavam?". "Assim, os alunos podem debater causas e efeitos de mudanças ao longo do tempo e construir e comparar interpretações sobre o passado", diz a britânica Hilary Cooper, da St Martin’s College, que pesquisa o processo de formação do pensamento histórico em crianças a partir dos 3 anos e acaba de lançar no Brasil o livro Ensino de História na Educação Infantil e Anos Iniciais - Um Guia para Professores (261 págs., Ed. Base, tel. 41/3264-4114, 40 reais). Depois da problematização da carta, vale sistematizar as informações encontradas e fazer uma lista das dúvidas.

Por relatar o primeiro contato entre o europeu e o indígena por meio da ótica do colonizador, o documento não pode ser a única fonte apresentada à turma. Ele é o primeiro de uma série de recursos, que inclui textos informativos, extraídos de enciclopédias, e imagens, como a pintura a óleo Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles (1832-1903), realizada posteriormente. Materiais que trazem informações sob a perspectiva indígena não podem ficar de fora, como a cançãoPindorama e sua letra, do grupo Palavra Cantada.

Nesse ponto, é possível introduzir uma discussão já clássica na historiografia nacional: o Brasil foi descoberto ou conquistado? Desse modo, a garotada compara diferentes versões do mesmo fato e aprende que a História é feita de múltiplas perspectivas. "Fontes foram criadas com propósitos diferentes e, portanto, possuem níveis de validade distintos. Frequentemente, são incompletas", explica Hilary. A saída é estimular a discussão e a formulação de hipóteses. "Por mais que pareçam improváveis, as inferências dos pequenos mostram que eles estão aprendendo sobre o processo de investigação
histórica."
fonte: http://revistaescola.abril.com.br

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cyberbullying: a violência virtual

Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender

Por: Beatriz Santomauro 
Cyberbullying. Foto: Marcelo Zocchio
Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.

Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.

- No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.

- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.

- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."

Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos (leia mais na próxima página).

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.
fonte:  http://revistaescola.abril.com.br

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sua Criança Tem Dificuldade de Aprendizagem?


 


 A criança está em processo contínuo de aprendizagem e muitas são as razões que podem estimular, facilitar ou limitar o seu desenvolvimento. A aprendizagem envolve fatores que vão além da leitura e escrita. O meio em que a criança vive, sua relação com os pais, professores, amigos, as experiências com o brincar, materiais de leitura e a interação com  o outro estão exercendo diretamente influência sobre ela.           É importante salientar que toda criança pode aprender. Cada qual tem seu tempo e jeito. Reclamar que seu filho não aprende não o ajudará. O caminho é buscar a compreensão, valorizar o que ele já sabe e dar a atenção necessária. Ser parceiro dele no processo de aprendizagem e ficar atento aos sinais que ele lhe envia por meio de seus comportamentos (mudança de humor, rejeição à escola, autoestima baixa) podem ser atitudes muito positivas.               Cada vez mais, espera-se que as crianças dêem  conta de coisas que nem sempre estão amadurecidas para enfrentar. É preciso respeitar o tempo de cada criança e ficar atento aos avanços e suas dificuldades. No entanto, quando determinada aprendizagem não acontece ou acontece muito além do tempo normal do desenvolvimento, deve-se buscar ajuda de um especialista, pois existem transtornos  que podem estar dificultando a aprendizagem da criança como a Dislexia, Disgrafia, Discalculia, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, entre outros.                        Crianças com dificuldades que afetam o desenvolvimento de habilidades escolares como: ler, escrever e fazer cálculos, vivem situações rotineiras de insucesso e angústia por não chegar onde desejam e de não responder de acordo com o que se espera delas. Com o tempo, a criança percebe que está aquém dos seus amigos e assim, muitas vezes, acaba se isolando, evita ler em voz alta, ir ao quadro, responder perguntas da professora, tudo isso para não demonstrar suas dificuldades.               Fique alerta: com sensibilidade, percepção, incentivo e olhar apurado às necessidades da criança, podemos promover uma aprendizagem de sucesso. É preciso mostrar à criança o quanto ela é capaz de aprender!        Pense nisso! ·        

 Colaboração:     Rosana Müller      Psicopedagoga – Especialista em Educação

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Formas criativas para estimular a mente de alunos com deficiência



O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los

Cinthia Rodrigues (novaescola@atleitor.com.br)
Foto: Tatianal Cardeal
CONCENTRAÇÃO Enquanto a turma lê fábulas, Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco. Foto: Tatianal Cardeal
De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia.

Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.

No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público (leia a definição no quadro desta página). São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). As características de todas as outras deficiências você pode ver no especial Inclusão, de NOVA ESCOLA (leia o último quadro).

A importância do foco nas explicações em sala de aula 
Foto: Marcelo Almeida
SIGNIFICADO Na sala de recursos, elaboração de livro sobre a vida dos alunos deu sentido à escrita. Foto: Marcelo Almeida
Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.

A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.
O que é a deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. As causas variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual.
Foi o que fez a professora Marina Fazio Simão, da EMEF Professor Henrique Pegado, na capital paulista, para conseguir a atenção de Moisés de Oliveira, aluno com síndrome de Down da 3ª série. "Ele não ficava parado, assistindo à aula", lembra ela. Este ano, em um projeto sobre fábulas, os avanços começaram a aparecer. "Nós lemos para a sala e os alunos recontam a história de maneiras diferentes. No caso dele, o primeiro passo foram os desenhos. Depois, escrevi com ele o nome dos personagens e palavras-chave", relata ela.

Escrita significativa e muito bem ilustrada 
Foto: Léo Drumond
COMUNICAÇÃO Vinicius superou o isolamento e melhorou a interação em atividades com imagens e sons. Foto: Léo Drumond
A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização.

A professora Andréia Cristina Motta Nascimento é titular da sala de recursos da EM Padre Anchieta, em Curitiba, onde atende estudantes com deficiência intelectual. Este ano, desenvolve com eles um projeto baseado na autoidentificação - forma encontrada para tornar o aprendizado mais significativo. A primeira medida foi pedir que trouxessem fotos, certidão de nascimento, registro de identidade e tudo que poderia dizer quem eram. "O material vai compor um livro sobre a vida de cada um e, enquanto se empolgam com esse objetivo, eu alcanço o meu, que é ensiná-los a escrever", argumenta a educadora.

Quem não se comunica... pode precisar de interação
Outra característica da deficiência intelectual que pode comprometer o aprendizado é a dificuldade de comunicação. A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade. "Parcerias com fonoaudiólogos devem ser sempre buscadas, mas a sala de aula contribui bastante porque, além de verbalizar, eles se motivam ao ver os colegas tentando o mesmo", explica Anna, da Unesp.

Essa limitação, muitas vezes, camufla a verdadeira causa do problema: a falta de interação. Nos alunos com autismo, por exemplo, a comunicação é rara por falta de interação. É o convívio com os colegas que trará o desenvolvimento do estudante. Para integrá-lo, as dicas são dar o espaço de que ele precisa mantendo sempre um canal aberto para que busque o educador e os colegas.

Para a professora Sumaia Ferreira, da EM José de Calazans, em Belo Horizonte, esse canal com Vinicius Sander, aluno com autismo do 2º ano do Ensino Fundamental, foi feito pela música. O garoto falava poucas palavras e não se aproximava dos demais. Sumaia percebeu que o menino insistia em brincar com as capas de DVDs da sala e com um toca-CD, colocando músicas aleatoriamente. Aos poucos, viu que poderia unir o útil ao agradável, já que essas atividades aproximavam o menino voluntariamente. Como ele passou a se mostrar satisfeito quando os colegas aceitavam bem a música que escolheu, ela flexibilizou o uso do aparelho e passou a incluir músicas relacionadas ao conteúdo. "Vi que ele tem uma memória muito boa e o vocabulário dele cresceu bastante. Por meio dos sons, enturmamos o Vinicius."

fonte: http://revistaescola.abril.com.br

terça-feira, 13 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

TREINAMENTO DE BANHEIRO



O primeiro aniversário da criança é cercado por inúmeras aquisições: as primeiras palavras, talvez os primeiros passos e uma grande bagunça com o bolo de aniversário.
O segundo aniversário, contudo, representa a chegada de uma época que muitos pais aguardam com ansiedade e, alguns, com medo - o controle dos esfíncteres, isto é, o treinamento para a criança ir ao banheiro.
Embora possa haver muita pressão dos familiares, amigos e mesmo de alguns técnicos de saúde ou educação para que o treinamento seja iniciado o mais rapidamente possível, devemos ter em mente que a pessoa mais importante e apta a decidir qual a melhor época para que este treinamento inicie é a própria criança.
A criança que tem sucesso no treinamento é aquela que quer ser treinada.
Crianças forçadas no treinamento do controle de esfíncteres quando elas ainda não estão preparadas para isto tendem a desenvolver uma atitude negativa e desafiadora que só faz retardar a aquisição deste controle.
A maior parte das crianças começa a imitar os pais, assim como a adquirir um senso de autonomia, em algum momento após o segundo aniversário.
É importante lembrar que a idade média de aquisição do controle de esfíncteres é aos três anos (isto não inclui o controle noturno). A média aos três anos significa que algumas crianças irão adquirir este controle mais perto dos dois anos de idade, enquanto algumas outras somente irão atingir este estágio mais próximas dos quatros anos.
O truque do sucesso é identificar quando a criança está pronta para esta etapa e, então, auxiliá-la sem cobrança de resultados, isto é, sem estresse.
Alguns indicadores que podem auxiliar a identificar o momento de iniciar o treinamento: Sua criança sabe dizer quando quer fazer xixi ou cocô?
Se ela sabe, ou se ela simplesmente sabe que foi há pouco, esta consciência ajudará a começar. Suas evacuações são previsíveis?
Se forem, a regularidade pode ajudar os pais a identificar horários em que o treinamento tenha mais probabilidade de ser bem sucedido. Ela quer usar roupa de baixo de "criança grande"?
Este é um sinal de querer ser independente. A roupa íntima também pode servir como uma recompensa para o interesse da criança em treinar os esfíncteres. Ela pode baixar e levantar as calças sozinha?
Esta habilidade permite o acesso fácil quando ela sentir vontade de utilizar o penico. Ela sabe dizer quando quer ir ao penico?
Isto pode parecer óbvio, porém, muitas vezes o sinal certo para começar o treinamento é simplesmente esperar que ela verbalize o interesse.
Acima de tudo, a chave para o sucesso é a paciência.
É típico da criança desta idade mostrar um enorme interesse, só para perder toda a motivação quando a atividade deixar de ser novidade.
Relaxe, o interesse vai voltar.
Lembre de elogiar o sucesso mas nunca castigar os insucessos.
O destaque para os acidentes somente criará tensão e reduzirá a rapidez de atingir o controle.
O próximo passo é auxiliar a criança a identificar os sinais que o corpo está enviando.
Algumas dicas úteis: 
Use o penico portátil.
Embora o objetivo final seja o uso do banheiro, um penico facilmente disponível permitirá à criança experimentar alguma independência.
Deixe-a correr pela casa sem roupas quando possível.
Sem a segurança de uma fralda a tendência é ficar mais alerta para quando ela quer fazer xixi ou cocô. Tenha o penico à mão para que ela possa agir nesses impulsos.
Use roupa íntima de treinamento.
Usar roupa íntima de algodão ou descartável é extremamente útil. Como os acidentes irão acontecer, a roupa íntima para este período de treinamento deve ser descartável ou resistente à lavagem, além de confortável e fácil da criança tirar com mínimo ou nenhum auxílio.
Seja paciente.
Freqüentemente são necessários meses para que a criança domine os esfíncteres e possa usar o penico ou o banheiro com segurança. São comuns também vários "passos para trás" durante o período de treinamento.
Separe o dia da noite.
O controle dos esfíncteres durante a noite é um passo mais tardio que o controle diurno. Não espere que os dois aconteçam ao mesmo tempo.
Se você esperar sua criança mostrar interesse no treinamento de banheiro, você vai achar a experiência muito mais fácil do que tinha antecipado. Acima de qualquer outra coisa, poder controlar os reflexos para evacuar ou urinar deve ser uma experiência positiva para sua criança. 
fonte: site abcdasaude.com.br

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ALFABETIZAÇÃO:





 LETRA IMPRENSA    X     LETRA CURSIVA



A escola, nos últimos anos, foi bastante surpreendida pelas inovações dos campos da ciência e da tecnologia. Com esses avanços, muitas teorias acerca da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo, da leitura, da escrita e da alfabetização foram sendo complementadas, discutidas e reconstruídas necessitando trazer consigo reformulações dos métodos educacionais.
Pensando nessas mudanças, questionamos: será que além de todas as dificuldades que os alunos já enfrentam no processo de alfabetização, eles têm a necessidade de aprender a ler e escrever a letra cursiva, cuja sua utilização nos tempos atuais encontra-se quase que exclusivamente na escola? Pois não a encontramos em nenhum outro lugar no contexto social? Porque a maioria dos professores continuam trabalhando com a letra cursiva, exigindo esta aprendizagem, muitas vezes como critério de aprovação?
Em função desta contradição (aprendizagem em letra cursiva X contexto social em letra bastão), identificamos a necessidade de uma pesquisa aprofundada, já que na literatura atual não há quase nada que se refira diretamente a este assunto.
Gostaríamos de salientar a relevância deste artigo, para a educação, pois verificamos, ser este um assunto bastante polêmico entre professores. Assim, esperamos que contribua e auxilie os professores alfabetizadores para que melhor desempenhem seu trabalho.
Considerada uma questão bastante complicada e duvidosa, muitos professores não sabem que tipo de letra utilizar para alfabetizar de forma mais eficaz:, bastão ou cursiva? Veja, um quadro descritivo das características das letras cursivas e bastão. 

Como o objetivo da escola deve ser o de preparar cidadãos críticos capaz de transformar a realidade para melhor, a proposta de alfabetização deve naturalmente adequar-se às exigências da realidade atual. Realidade esta, em que a letra bastão esta presente em todos os momentos da vida de uma criança: em livros, televisão, revista, jornais, embalagens, rótulos, no teclado do computador. Ficando a escola como um dos únicos espaços sociais em que privilegia a escrita com letra cursiva. Muitos educadores dedicam parte do seu tempo treinando o alfabeto manuscrito com seus alunos, apesar de viverem num mundo onde a letra de forma é dominante. Desta forma, percebe-se uma grande perda de tempo e esforço por parte dos alunos e professores que tentam insistentemente a grafia da letra cursiva. Tempo este que poderia e deveria ser melhor aproveitado, com atividades desafiadoras com objetivos reais para o crescimento de seus alunos.
Percebe-se então, a dificuldade com que se defrontam estas crianças, que recém aprendendo a ler e escrever depara-se com obstáculos criados e na maioria das vezes impostos pela própria escola, que na maioria das vezes obrigam seus alunos a utilizar a letra cursiva, sendo em muitos casos um inibidor de avanços e aprendizagens, podendo trazer conseqüências bastante sérias e graves, como, por exemplo, o fracasso escolar.    
Segundo ferreiro, (apud nova escola, 1996, p. 11) começar a alfabetização com letra bastão é uma tentativa de respeitar a seqüência do desenvolvimento visual e motor da criança. 






No entanto, em vez dos professores despenderem a energia de seus alunos no aprendizado da letra cursiva, poderia utilizá-la para outras atividades mais importantes e necessárias para a vida dos alunos, como por exemplo: leituras, jogos, brincadeiras, músicas, etc. convictas de que as classes de alfabetização são a base para a vida escolar do aluno. Assim, esta deve ser uma etapa encantadora e estimulante para que a criança siga com entusiasmo sua vida escolar com motivação e determinação.



Janaína Albani Dias, Renata Brogni da Silva
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ADRIANA, Vera e Silva. Bastão X Cursiva, os prós e os contras de cada letra na alfabetização.  São Paulo: Ed. Abril, n. 99, XI,  p. 8-16, dez 1996.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, be, bi, bo, bu. Pensamento e ação no magistério. São Paulo: Editora Scipione, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros curriculares Nacionais.  Brasília: MEC/SEF.1997
Revista Nova escola: Entrevista realizada com Emilia Ferreiro: 1996. p. 11

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Educação e Vida...


Criança Canhota: ajude-a!




Fonte: www.mundocanhoto.com.br, revistacrescer.com



Idade e Fase de preferência

Nascimento ao 7° mês- Usam indiferentemente as mãos
7° ao 10° mês- Clara preferência pelo uso de uma das mãos
10° mês aos 2 anos - Usam indiferentemente as mãos
2 anos -Manifesta preferência manual
2 aos 6 anos - Podem aparecer fases curtas de variação
6 anos - A preferência está evidente

A maioria das crianças não tem uma clara preferência manual antes dos dois anos. A partir dessa idade, já começam a manifestar uma tendência decisiva para uma das mãos; mas será a partir da entrada na pré-escola que a criança faz a escolha da lateralização definitiva. Nesse momento, é importante respeitar a decisão da criança, mesmo que escolha a mão esquerda.

Os pais devem aceitar o fato de a criança ser canhota e não tentar modifica-la. A mão dominante é dirigida pela área do cérebro que também controla a fala, a escrita e a leitura. Um a interferência no processo pode acarretar problemas de fala, além de dificultar a leitura e a escrita. Além disso a criança pode ficar confusa, frustrada e ansiosa.

Em vez de critica-la ou corrigi-la, os pais devem ajuda-la. A aprendizagem da escrita pode ser difícil para os canhotos, pois a mão esquerda, ao deslocar-se através do papel, tampa e por vezes borra as palavras acabadas de escrever.

Dê à criança um lápis que não borre e ensine-a a segurar o lápis afastada do ponto onde encontra o papel para que veja o que está escrevendo.

Quando a criança entrar na escola, informe os professores de que ela é canhota.
À mesa, disponha os pratos e os talheres do modo mais conveniente para ela.

As ferramentas e os instrumentos domésticos são talvez as coisas que mais problemas causam aos canhotos, mas cada vez mais aparecem instrumentos para que a mão esquerda, como, por exemplo, tesouras, abridores de lata, descascadores de legumes tesouras de podar.


A criança canhota tem que se contorcer para usar o caderno, e no momento da alfabetização é uma preocupação a mais que ela encontra, caso contrário, não enxergará o que está escrevendo uma vez que a mão esquerda tampa o que foi escrito. Isto ocorre porque a escrita ocorre da esquerda para a direita.

Material escolar é um problema para canhotos: a espiral atrapalha o punho, réguas têm a numeração da esquerda para direita (para canhotos o mais fácil é traçar uma linha no sentido contrário) e as tesouras impedem que vejam a linha sendo cortada.
Pode parecer bobagem, mas não é nada fácil para uma criança canhota usar uma tesoura ou sentar-se numa carteira escolar convencional. Esses objetos, como muitos outros (abridores de lata, instrumentos musicais de corda, baralhos, relógios) foram desenhados para ser usados por destros.

Cinco formas de facilitar a vida do canhoto

1 - Se você notou que seu filho pequeno tem tendência a ser canhoto, avise a escola para que os educadores o ajudem nessa descoberta.

2 - Caso a criança esteja sendo alfabetizada, converse com a escola para que seja providenciada uma carteira adequada.

3 - Não "corrija" a criança mudando os objetos da mão esquerda para a direita. Senão ela pode ter dificuldade de aprendizado.

4 - Mesmo com poucas ofertas, compre o que for desenvolvido para ele. Alguns cuidados melhoram o desempenho escolar dessa garotada.

5 - Para manter bem a autoestima do filho, invente histórias de reis, rainhas, heróis e heroínas canhotos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Com Carinho... ao Educador!

frases de motivação para professores e educadores

O espelho e a perua...


Pra você saborear!

Ilustração: Ionit
Ilustração: Ionit 















A confusão começou
Certa vez, no galinheiro,
Quando as aves encontraram
Um espelho no terreiro.

Uma galinha vaidosa
Logo quis contar vantagem:
- Com licença, galináceas,
Vim conferir minha imagem!

A pata, torcendo o bico,
Comentou com a vizinha:
- Não vale arrancar as penas
Pra parecer mais magrinha!

E qual não foi a surpresa
Das aves estabanadas:
No reflexo do espelho
Só tinha coisas erradas!

Quem era alta e bela
Viu-se feiosa e baixinha.
Quem era gorda e forte
Ficou magrela e fraquinha.

- Credo! - grasnou o marreco.
- Cruzes! - o pinto piou.
- Incrível! - cantou o galo.
E o papagaio berrou.

A galinha carijó
Foi quem depressa falou:
- Este espelho tem feitiço...
Foi a bruxa que o mandou!

- Mentira! - disse a perua,
Balançando as pulseiras.
- Li esse conto de fadas,
Vocês só dizem besteiras!

Estufou-se, bem danada,
Mostrando o papo vermelho.
E com pose de malvada
Fez a pergunta ao espelho:

- Espelho, espelho meu!
Responda se há no mundo
Outra ave mais bonita,
Mais charmosa e elegante,
Mais esperta e fascinante,
Mais incrível e imponente,
Mais formosa do que eu?
Diga logo, espelho meu!!

Os bichos, impressionados,
Ouviram com atenção
A resposta do espelho
A tamanha pretensão:

- Se você quer a verdade,
Vou dizê-la, nua e crua.
E mostrar a realidade
Para uma simples perua.

Você disse que é esperta,
Imponente e charmosa.
Mas parece antipática,
Falando assim, toda prosa.

Desfila o ano inteiro
Como se fosse a tal.
Mas foge do cozinheiro
Quando chega o Natal!
Poema de Flávia Muniz, ilustrado por Ionit
Revista Nova Escola 

Coisa de Criança...




Uma fita educativa.








...e ainda não sabem como foram parar no castigo rsrsr

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vida Maria.


No meio de tantas realidades diferenciadas e muita sensibilidade podemos ajudar nossas crianças mostrando um mundo melhor à elas. Experimentar outras possibilidades já um começo!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como falar com a criança sobre sexo?


saiba quais são as principais dúvidas dos pais 

ao abordar o tema

Por Bruna Capistrano
fonte: Gnt.com.br
Qual é a hora certa para falar de sexo com os filhos?
Foto: Getty Images


















Qual mãe ou o pai nunca foi pego de surpresa com uma pergunta dos
 filhos sobre sexo? Conforme a criança vai crescendo as dúvidas e curiosidades
 vão aumentando. E eis que de repente seu filho pergunta o que é transar.
 Ou o que é sexo.

"O que deve ser falado vai de acordo com a capacidade de compreensão
 da criança. A primeira coisa a fazer é entender o que ela quer saber,
 então pergunte 'por que você quer saber', 'onde você ouviu isso'. Senão
 você corre o risco de explicar o coito quando, na verdade, ela quer saber o que
 é sexo feminino e masculino. Ou ainda não está preparada para entender aquilo
 e merece uma resposta mais simples", explica Cynthia Boscovich, psicóloga
 clínica que trabalha com crianças de zero a dois anos há mais de 19 anos.

Confira abaixo algumas respostas para dúvidas dos pais 
quando o assunto é sexo e criança.
  • 1
    A idade ideal para falar sobre
    sexo com a criança é...
    Entre os 8 e 9 anos, normalmente, a criança começa a desenvolver
    sua sexualidade, mas é comum as dúvidas sobre o tema
    aparecerem antes disso. É consenso que a verdade é sempre a 
    melhor resposta. E não menos importante é que os pais saibam 
    o nível de compreensão da criança para explicar o tema da melhor 
    maneira possível, com naturalidade.

    "O comportamento dos pais depende da forma como eles lidam
    com o corpo, com a sexualidade. Muitas pessoas não conseguem
    falar sobre sexo com os filhos porque para elas também é um tabu",
     explica a psicóloga Cynthia Boscovich. Portanto, se a pergunta for 'o
     que é transar', só você vai saber se é a hora de dizer para seu filho que
     é como os adultos namoram, ou se chegou o momento de explicar
    o que é a relação sexual. Da mesma forma, se a dúvida da criança for
    como ela nasceu, a resposta pode ser que o papai colocou uma
    sementinha dentro da mamãe, ou que o bebê é o resultado do sexo
    sem proteção. Neste caso, não esqueça de falar que existe
     camisinha e doenças podem ser adquiridas sem o seu uso. 
  • 2
    A menina pode tomar banho com o
    papai? E a mãe com o filho?
    Chega uma idade em que não é mais necessário a criança tomar
     banho com os pais. A mudança ocorre naturalmente, conforme
     ela vai aprendendo os cuidados com a higiene. Até lá, os banhos
     com o  pai ou com a mãe podem acontecer ou não. Depende da 
    postura dos pais. "Se a criança perguntar sobre os órgãos
     genitais, por que não explicar que a mulher tem a vagina e o
     homem o pênis? É importante dizer que quando ela crescer seu 
    corpo também vai mudar. Mas a partir do momento em que vira uma 
    situação constrangedora, deixa de ser natural", afirma a psicóloga.
  • 3
    Masturbação: a criança pode se tocar
     ou a maldade está na cabeça do adulto?
    Se masturbar é uma sensação prazerosa tanto para o adulto,
    como para a criança. Se é por volta dos 8 ou 9 que ela começa a 
    desenvolver a sexualidade ao ter a percepção de atração pelo sexo 
    oposto (ou pelo mesmo sexo), é a partir dos 3 ou 4 anos de idade 
    que a criança percebe que tocar em certas partes do corpo é 
    gostoso.As regras sociais começam a aparecer neste momento, 
    quando os pais precisam dizer para ela que aquilo é normal, mas 
    não deve ser feito na frente das pessoas. A psicóloga Cynthia 
    Boscovich simplifica: "Aos 4 ou 5 anos, a criança se toca e tem 
    noção de que está fazendo algo diferente, mas a maldade vem dos 
    adultos. Se o adulto enxergar aquela atitude como proibida, a criança
     também vai perceber que se tocar é proibido. Dizer que é natural e
     explicar que se deve fazer aquilo quando se está sozinho é a
     melhor atitude".
  • 4
    Trate o tema com naturalidade
    Se o tema não for tratado com naturalidade pelos pais, para
     a criança também não vai ser. O melhor é que não existe certo, 
    nem errado: tudo depende como a família lida com isso. "Em casa
     mesmo meu filho não se troca na minha frente. Mas eu faço isso com 
    naturalidade, sempre fizemos, e para ele é muito normal. Às vezes estou
     no banho e ele entra no banheiro, conversa comigo e tudo bem. Mas é
     uma opção dele não se trocar na minha frente e eu respeito", comenta a
     psicóloga Cynthia Boscovich. Se os pais andam dentro de casa 
    sem roupa, o filho vai encarar aquilo com naturalidade. "No entanto, se o
     pai se sente envergonhado, a criança percebe a situação. 
    É melhor mudar a atitude",  sugere a especialista.